CRÔNICA DA ILHA VIRTUAL
Paccelli M. Zahler
Bem que eu gostaria de ter vivido na época das grandes navegações. Provavelmente, teria me voluntariado como guarda-marinha em alguma caravela ou, quem sabe, teria sido aluno da Escola de Sagres.
Deus sabe o que faz! Não me deu caravela, deu-me um computador; não me deu mares, deu-me o ciberespaço para desbravar.
Outrora, eu levaria muitos dias, enfrentando o sol e o frio inclementes, as tempestades em alto-mar, a falta de comida e de água potável, para atracar em novas terras.
Hoje, com um clique no “mouse”, no conforto da minha casa, tomando um chocolate quentinho com pão de queijo, viajo a qualquer lugar em frações de segundo.
Foi em uma dessas viagens virtuais que descobri Portugal, aportei na Marinha Grande e entrei no Portal “Cá Estamos Nós”.
Fui recebido pelo comandante supremo daquela ilha virtual, o escritor Carlos Leite Ribeiro, e seu vice, Lourivaldo Perez Baçan.
Após algumas trocas de mensagens eletrônicas instantâneas, acabei seduzido, formando raízes e me estabelecendo.
Fico imaginando como teria sido na época do Infante Dom Henrique. Na certa, os contatos teriam demorado meses.
A ilha virtual tornou-se meu refúgio nos momentos de desânimo e de cansaço. Lá, eu encontro amigos e delicio-me com coisas belas e imagens maravilhosas expressas em verso e prosa.
O tempo passou depressa e, no dia 15 de julho do corrente ano, a ilha estará completando seis anos de fundação. Este fato, logicamente, não passou em branco.
Em maio deste ano, foi realizado o Primeiro Encontro e o lançamento da Primeira Antologia do Portal “Cá Estamos Nós”, em Fortaleza, CE.
Isso é muito interessante. A ilha é virtual, está do outro lado do Atlântico e, de repente, aporta no Brasil para encontrar-se.
Não sei dizer se tal acontecimento é reflexo da globalização ou se se trata da realização de um antigo sonho do homem – o rompimento da barreira do espaço e do tempo.
De qualquer maneira, a ilha virtual está eternizada no mar eletrônico do ciberespaço.
segunda-feira, julho 12, 2004
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