sábado, junho 14, 2008

domingo, abril 20, 2008

NOVA EQUIPE DE TRABALHO, BRASÍLIA, DF (ABR.2008)

Por Paccelli José Maracci Zahler

Na semana de 14 a 18 de abril de 2008, participei de uma reunião de trabalho com representantes da inspeção de produtos de origem vegetal de todo o Brasil, aqui em Brasília, DF.

 


Da esquerda para a direita: Ana Carolina (AC), João Curti (DF), Alcino (ES), Liliane (PE), Raimundo Doçura (CE), Ney Vancho (MS), Paccelli (DF) e Eloi Elias (BA).

 


Apresentação inicial (dia 14.abr.2008). Da esquerda para a direita: Fernando (DF), Paulo César (DF), Paccelli (DF) e Rafael (DF).

 


Apresentação do relatório final do encontro (18.abr.2008).

 
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sábado, março 22, 2008

REMINISCÊNCIAS: A MENINA DE TRANÇAS


Por Paccelli José Maracci Zahler

Eu devia contar com cincos anos de idade quando a vi tocando gaita ao redor de uma fogueira de São João.
Provavelmente, fora meu primeiro contato com uma festa junina.
A fogueira era bonita. Irradiava um calor gostoso, aconchegante, na noite fria de inverno. Ao redor dela, os vizinhos cantavam, brincavam de roda, animados pelos acordes da gaita da menina de tranças longas, vestida de prenda.
Assim ficávamos, cantando canções alusivas a São João, brincando, soltando foguetes e bombinhas até a fogueira tornar-se brasa.
Os meninos mais velhos buscavam uma solução caseira para as estrelinhas industrializadas e caras. Pegavam uma esponja de aço, amarravam-na em um cordão, acendiam-na com um fósforo e começavam a rodá-la rapidamente, formando um carrossel de estrelinhas com as fagulhas.
Quando a fogueira diminuía, alguns corajosos protegiam o rosto com suas jaquetas e pulavam-na. Em pouco tempo, estavam com os rostos negros de fuligem. Quando a fogueira virava brasa, caminhavam com os pés descalços sobre ela.
Eu ficava impressionado, pois o fogo é muito traiçoeiro. Ninguém se queimava. Dizia-se que São João protegia seus devotos. Protegia mesmo!
Passada a festividade, muitas vezes via a menina de tranças passando sob a minha janela. Não sabia o seu nome. Contudo, um dia minha avó esclareceu o mistério. Ela se chamava Arminda. As duas eram xarás.
Mudei-me, cheguei à puberdade. Tinha por hábito assistir às matinês de domingo do Cine Avenida. A sessão começava às 13h30min, com dois filmes.
Era um período de descobertas, principalmente de cidadania, e as matinês de domingo acabavam sendo uma verdadeira escola. Aprendíamos a comprar as entradas, a receber e conferir o troco, a respeitar a fila para entrar, a apresentar documento de identidade quando havia censura etária, a fazer silêncio durante as sessões, a ler as legendas, sob o olhar vigilante dos lanterninhas.
Qualquer deslize e corríamos o risco de levar uma chamada ou de sermos expulsos da sala de projeção.
Naquela época, quem fosse pego fumando durante a sessão, ou apagava o cigarro ou era retirado sumariamente do recinto. Era proibido, também, levar lanterna e ligá-la durante a projeção. E aí é que estava a adrenalina.
Era comum o uso de lanternas de bolso, acopladas a chaveiros, as quais faziam o maior sucesso no início das sessões quando as pessoas estavam chegando e os lanterninhas estavam ocupados.
Fumar era símbolo de “status” e de sucesso. Os heróis do cinema fumavam e todo mundo era doido para fumar.
Certa feita, meu amigo Éber teve a idéia de comprar uma carteira de cigarros e fósforos para fumarmos no escurinho do cinema. Seria uma demonstração de independência e maioridade.
Apreensivo com o risco, aceitei a proposta. Cotizamos meio a meio e compramos uma carteira de cigarros Hollywood e uma caixa de fósforos Guarany na tabacaria ao lado.
Fomos para o Cine Avenida, escolhemos o mezanino e esperamos o momento certo.
No mezanino tudo acontecia. Ligava-se a lanterna durante as sessões, fumava-se, ou subia-se nas cadeiras para fazer gestos obscenos e vê-los projetados na tela, pois estava-se próximo da luz emitida pelo projetor, razão pela qual era muito vigiado pelos lanterninhas e o desespero do projetista.
A sessão começou com as notícias do Canal 100. Acendemos o cigarro.
Em uma fração de segundos o lanterninha nos interceptou, mandou-nos apagá-lo ou seríamos expulsos da sala. Não tivemos outra alternativa.
Diante do incidente, todos os que estavam ao nosso redor, voltaram seus olhos para nós. Ficamos envergonhados.
Para minha surpresa, a menina de tranças estava sentada à minha frente, reconheceu-me e passou-me o maior pito, dizendo que eu era muito pequeno para estar fumando.
A imagem de Arminda ralhando comigo está viva na minha memória. É como se fosse hoje, neste exato momento. Graças a ela, nunca fumei.
No alvorecer da década de 1970, o mundo estava agitado com a guerra do Vietnã e com o movimento “hippie”.
Jovens abandonavam seus lares, seus estudos, para viver em comunidades alternativas ou andar pelo mundo em busca de respostas para suas aflições. Fazia-se apologia da liberdade sexual, com o advento dos contraceptivos, e do uso de drogas, maconha, cocaína, heroína, drogas injetáveis, cogumelos alucinógenos.
Lembro-me de ter lido uma reportagem na revista Manchete sobre um porquinho de estimação que fora viciado pelo dono em drogas injetáveis nos Estados Unidos. Fiquei com dó do bichinho.
A droga era um tabu a ser vencido, um paraíso artificial, condição básica para ser aceito em determinados grupos.
Para ser atual, era preciso ser “cabeça feita”, ter experimentado pelo menos o lança-perfume contrabandeado da Argentina ou do Paraguai.
No colégio, era comum ouvir conversas sobre experiências alucinógenas. Lembro-me do Pedro comentando ter cheirado tanto um lança-perfume aspergido em um lenço, que vira répteis se arrastando em sua direção.
A Mariana dizia que, fumando maconha, conseguia ver a aura das pessoas e das coisas, que tudo ficava mais colorido, mais interessante.
Naquele tempo, os livros do Carlos Castañeda, sobre a sua iniciação xamânica com um velho índio de Sonora, no México, conhecido como Dom Juan, utilizando cogumelos alucinógenos, corriam de mão em mão.
A busca de uma experiência psicodélica, mística, passou a ser o objetivo de vida de algumas pessoas.
Foi nessa época que eu tive um choque ao ver a Arminda trôpega pela rua. Fiquei me perguntando sobre o que acontecera e se estaria doente ou bêbada.
Soube posteriormente que seus pais vinham se desentendendo há algum tempo e que ela presenciara uma forte discussão. Seu mundo desmoronara. Largara os estudos, a música, seus sonhos e ideais e entregara-se às drogas.
Doeu-me saber que a menina de tranças que me repreendera por fumar, não recusava um baseado, um lança-perfume, uma droga injetável.
Não tive mais notícias dela e alimento a esperança de que tenha retomado seus sonhos e desenvolvido seus talentos.
Em determinada ocasião, ouvi uma frase, a de que “os pais não têm vida própria, suas vidas pertencem aos filhos até eles se tornarem independentes”.
Admiro a coragem de quem tem filhos e consegue educá-los sem problemas, tornando-os cidadãos equilibrados.
Os pais são os primeiros heróis das crianças e, querendo ou não, têm de dar exemplos de honestidade, de amizade. São ao mesmo tempo educadores, psicólogos, um porto seguro nos momentos de aflição. Nem sempre é assim e os filhos acabam encontrando respostas fora do lar.
Corroboro as palavras do político capixaba Neuzimar Fraga: “Adote seu filho antes que o traficante o adote”.

quarta-feira, março 19, 2008

CAMPANHA PELA POSSE RESPONSÁVEL DE ANIMAIS DOMÉSTICOS



Fonte: Jornal "Correio do Sul", Bagé, RS, edição de 16.março.2008.