quinta-feira, junho 02, 2005

O DESEJO SECRETO DE BRASÍLIA

O DESEJO SECRETO DE BRASÍLIA

Paccelli M. Zahler

Todos os anos, no dia 21 de abril. Brasília acorda preguiçosa e, ao abrir os olhos, costuma estender suas asas em um espreguiçar gostoso, aspirando o ar fresco do outono.
Sob os primeiros raios do sol, espreita o céu azul que a cerca, enfeitado com nuvens de algodão, que já se despedem da estação chuvosa.
Enquanto pratica “tai chi chuan”, Brasília silencia sua mente e medita sobre sua história, sobre sua trajetória de cidade monumento.
No dia do seu aniversário, sopra as velinhas e pensa na realização de um desejo secreto.
Sim, ela gostaria de manter a sua juventude, o seu frescor de menina. Sabe, contudo, que a realização desse desejo não depende dela. Depende de nós que a escolhemos para viver.
Se não jogássemos lixo no chão; se não pichássemos as paredes e os monumentos; se respeitássemos idosos, ciclistas e pedestres; se trocássemos a violência urbana pela fraternidade e solidariedade, Brasília ficaria feliz e nos retribuiria com muitas flores perfumadas.
Só depende de nós realizar o desejo secreto de Brasília.

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